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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Lógica da Argumentação (Conteúdo)

Blog Oficina de Filosofia
de Gustavo Bertoche
Lógica = proposições e argumentos; premissas e conclusão
A lógica é o estudo do raciocínio correto e da argumentação. O objeto da lógica é o argumento.

O QUE É UM ARGUMENTO?
Um argumento é uma seqüência de proposições divididas em Premissas e Conclusão.
Ex.: Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal.

O QUE É UMA PROPOSIÇÃO?
Uma proposição é uma construção frasal com sentido completo e valor de verdade.
Ex.: Todo homem é mortal.

O QUE SÃO PREMISSAS E CONCLUSÃO?
As premissas são as proposições que, num argumento, defendem, justificam, apóiam, explicam a conclusão. Ex.: Todo homem é mortal. Sócrates é homem.
A conclusão é a proposição que, num argumento, é defendida, justificada, apoiada, explicada pelas premissas. Ex.: Logo, Sócrates é mortal.

Todo argumento é composto por uma ou mais premissa e uma, e apenas uma, conclusão.

Argumentos dedutivos e argumentos indutivos
Os argumentos podem ser de dois tipos: dedutivos ou indutivos.

Argumentos dedutivos são aqueles que relacionam proposições num plano estritamente racional, sem recorrer necessariamente a proposições empíricas. Popularmente, diz-se que argumentos dedutivos conduzem o pensamento do plano do geral ao plano do particular. Essa afirmação não está totalmente correta: o que define o argumento dedutivo é que ele é um argumento que permanece no plano da lógica, não tem necessidade da experiência. Ex.: O argumento acima.

Argumentos indutivos são aqueles que relacionam a experiência com a razão. Relacionam proposições universais com proposições empíricas particulares. Os argumentos indutivos podem ser construídos por generalização ou por previsão. Ex.: Coloquei o dedo na tomada e levei um choque. Mariazinha colocou o dedo na tomada e também tomou um choque. Logo, qualquer um tomará choque ao colocar o dedo na tomada.

Não importa a ordem das proposições: um argumento que só use a lógica é um argumento dedutivo, um argumento que relacione proposições particulares experimentais com uma proposição geral, por meio da generalização ou da previsão, é um argumento indutivo.

Proposições podem ser verdadeiras ou falsas, dependendo da adequação da proposição com a realidade. Proposições nunca são válidas nem invalidas. Argumentos dedutivos podem ser válidos ou inválidos, dependendo da correção de sua forma lógica. Argumentos nunca são verdadeiros ou falsos. Argumentos indutivos podem ser mais prováveis ou menos prováveis, dependendo do grau de possibilidade que se pode ter a partir da generalização ou da previsão que ocorre por meio da enumeração dos elementos que permitem a construção da indução. Argumentos indutivos nunca são verdadeiros ou falsos nem válidos ou inválidos.

O problema da indução
David Hume, filósofo do século XVIII, introduziu na filosofia o chamado problema da indução. Hume percebeu que tanto nossa vida cotidiana quanto a ciência está baseada em induções. Contudo, por não ser um tipo de raciocínio exato, a indução não permite o grau de certeza que a dedução tem. Portanto, não se pode confiar nos argumentos indutivos, o que quer dizer que não se pode confiar na ciência ou nos nossos conhecimentos do dia-a-dia.

4 comentários:

Gustavo disse...

Olá, Sérgio. Tudo bem? Sérgio, eu apreciaria muito se você creditasse a autoria do texto dessa postagem ao meu blog. Sei que a falta de referência não foi por mal. Quando você ler esse comentário, pode apagar. Um abraço, Gustavo Bertoche.

Sérgio Ramos disse...

Oi Gustavo. Não foi por mal mesmo. Você deve ter percebido pelos demais textos, que normalmente ponho os créditos... Inclusive, não sei se percebeu, mas seu site é uma das referências colocadas no meu blog para visita. Cheguei a comentar com os alunos em sala sobre ele. Não vou apagar o comentário, não. Afinal, quem ensina Ética não pode prescindir de transparência, né?
Abração pra você...

Gustavo disse...

Ok, Sérgio! Obrigado! Adicionei seu blog no meu blogroll também. Um abraço!

Anônimo disse...

Olá, algumas objeções e dúvidas sobre Hume e a indução:

"Hume percebeu que tanto nossa vida cotidiana quanto a ciência está baseada em induções." Sobre a vida cotidiana concordo; mas Hume fala sobre ciência também? (minha dúvida e pergunta).

"Contudo, por não ser um tipo de raciocínio exato, a indução não permite o grau de certeza que a dedução tem." ok.

" Portanto, não se pode confiar nos argumentos indutivos, o que quer dizer que não se pode confiar na ciência ou nos nossos conhecimentos do dia-a-dia." Aqui a minha objeção: penso que Hume não tiraria uma conclusão dessas. Talvez se poderia dizer que os raciocínios por indução não são infalíveis, mas que "não se pode confiar neles" parece uma afirmação um tanto forte não?

Lembro-me bem de Hume dizer algo sobre a natureza ter dotado o homem de um princípio tão forte quanto o dos raciocínios a priori, que garante que façamos inferências sobre o futuro (e ele fala, inclusive, que isso é muito importante para a preservação da vida).

* não achei o texto no blog do Gustavo, por isso comentei aqui mesmo.

Abraço.